sábado, 10 de marzo de 2018

2018 - CAETANO CONTRA A CENSURA






07/03/2018

Caetano Veloso fará show em defesa da Queermuseu no Rio de Janeiro

Por NINJA

A campanha para trazer Queermuseu ao Rio de Janeiro nasceu da indignação popular diante da decisão arbitrária do prefeito Crivella de vetar que a exposição acontecesse na cidade.

Ele respondeu com censura em nome de todos os cariocas, sem nada nos perguntar. Decidimos responder mesmo assim: queremos Queer!

Mais e mais pessoas se uniram à causa, com o intuito de fazerem valer suas vozes, opiniões e direitos de escolha. Já são 900 apoiadores da liberdade!

Agora, estamos prestes a presenciar mais um marco importante dessa campanha! Com o apoio do 342 Artes, Caetano Veloso fará um show (Voz & Violão) contra a censura e pela reabertura da exposição Queermuseu no Parque Lage, no dia 15 de março.

Serão apenas 400 ingressos, com valor integralmente revertido para a campanha de financiamento coletivo. Convidamos você a se juntar a nós nesse show histórico, onde juntos celebraremos a favor da liberdade de expressão artística e da diversidade.



CAETANO CONTRA A CENSURA
Data do evento: 15 de março
Horário de Início: 22h
Local: Parque Lage



Caetano Veloso publicou um vídeo em sua conta oficial no Facebook onde pede justiça para Marielle Franco, a vereadora do Psol assassinada nesta quarta-feira (14/3/2018) no Rio de Janeiro.  Interpreta “Estou triste”, de seu álbum Abraçaço



MARIELLE FRANCO 
[Rio de Janeiro, 27/7/1979 – 14/3/2018]










O GLOBO

Caetano Veloso faz protesto contra morte de Marielle Franco

Cantor se apresentou em manifesto em prol da exposição "Queermuseu"

Por O GLOBO
16/03/2018 0:16

RIO — Caetano Veloso iniciou na noite desta quinta-feira o show Caetano Contra a Censura, em prol da realização da exposição "Queermuseu" na EAV do Parque Lage, com um protesto contra o assassinato da vereadora Marielle Franco.

— Nós tínhamos combinado de vir para celebrar a inauguração da Queermuseu no Rio, como um gesto de resistência contra o obscurantismo, e fomos surpreendidos por um gesto brutal de forças obscuras - lamentou o cantor e compositor. — O tom da apresentação mudou, por isso quis abrir com "Milagres do povo", que vai ao centro dos problemas da sociedade brasileira, que é a incapacidade de superar a escravidão.

Nas redes sociais, o cantor já tinha prestado uma homensagem a vereadora. Em um vídeo, Caetano Veloso interpreta a sua canção "Estou Triste", em que canta "Estou triste tão triste/E o lugar mais frio do rio é o meu quarto".

O evento não foi realizado no salão nobre nem teve a condução do Jones Bergamin, presidente da Bolsa de Arte, e pela empresária Paula Lavigne (do movimento #342Artes, que promove o show "Caetano contra a censura", que será realizado na sequência). As obras à venda leilão ficarão expostas nas Cavalariças, local programado para a remontagem da "Queermuseu", em formato de "leilão de parede".




FOLHA DE S.PAULO

15/3/2018

Caetano homenageia Marielle em show com Marisa Monte e Gadu

Show tinha como função original protestar contra a censura à exposição 'Queermuseu'

Marco Aurélio Canônico
RIO DE JANEIRO

"Marielle, presente. Anderson, presente." As frases de Caetano Veloso, na noite desta quinta (15), ecoaram nas vozes das 400 pessoas que assistiram a um show improvisado e emocionado, cuja função original —protestar contra a censura à exposição "Queermuseu" — foi alterada para homenagear a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, assassinados na noite de quarta (14).

A apresentação aconteceu no Parque Lage, espaço estadual no Jardim Botânico, zona sul do Rio. "Tínhamos combinado de vir aqui para celebrar a inauguração, no Rio de Janeiro, da exposição 'Queermuseu' como um gesto de resistência à obscuridade que nos ameaça, e fomos surpreendidos por um gesto brutal dessas forças obscuras e o tom da nossa celebração de resistência mudou", disse Caetano. 

O cantor abriu sua apresentação com "Milagres do Povo", sua homenagem a Jorge Amado e aos negros. "Quis abrir com essa canção porque ela vai diretamente no centro do problema da sociedade brasileira, que é a não capacidade de superação da escravidão."

O repertório destacou canções de temática mais crítica e política, como "A Luz de Tieta", "Odeio Você" e "Podres Poderes", além de incluir músicas de Vinicius de Moraes ("Maria Moita"), Noel Rosa ("Silêncio de Um Minuto") e Dona Ivone Lara ("Alguém me Avisou").

Caetano ainda convidaria as cantoras Maria Gadu e Marisa Monte para participações especiais -- a primeira gritou os nome de Marielle e Anderson, clamando pela resposta da plateia; Marisa não discursou.

A plateia, que pagou ingressos de R$ 500 para ajudar a bancar a montagem da exposição, gritou palavras de ordem como "não acabou / tem que acabar / eu quero o fim da Polícia Militar".

Antes da entrada do baiano, o diretor do Parque Lage, FabioSzwarcwald, abriu o evento pedindo um minuto de silêncio em homenagem aos dois mortos.

"É com profundo pesar e indignação que abrimos esta noite. O assassinato de Marielle Franco e seu motorista é motivo de indignação para todos nós."


Foto: André Freitas/AgNews

Foto: André Freitas/AgNews












O Santander Cultural cancelou a exposição 'Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira', em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após protestos contra a mostra na instituição e nas redes sociais. Agora, o Parque Lage, no Rio, faz financiamento coletivo para montá-la. 

Aberta no dia 15 de agosto de 2017 e prevista para acontecer até 8 de outubro, 'Queermuseu' contava com mais de 270 obras, oriundas de coleções públicas e privadas, que exploravam a diversidade de expressão de gênero. 


Hudinilson Jr (1957-2013) - Foto: Divulgação

'Cruzando Jesus Cristo com deusa Shiva', Fernando Baril - Foto: Reprodução

'Criança viada travesti da lambada' e 'Criança viada deusa das águas', da artista Bia Leite - Foto: Reprodução


'Et verbum...' (2011), Antonio Obá, artista finalista do Prêmio Pipa 2017
Foto: Reprodução

'O peso das coisas', Sandro Ka (2012) - Foto: Divulgação

'O halterofilista' (1989), Fernando Baril - Foto: Reprodução

'Cena do interior II',  Adriana Varejão - Foto: Divulgação

'O eu e o tu',  Lygia Clark - Foto: Divulgação

'Tarsila com novo' (2011),  Erika Verzutti - Foto: Erika Verzutti / Divulgação

da série Marcel Carreira,  Alair Gomes - Foto: Alair Gomes / Divulgação







O GLOBO
Artes visuais

Análise: Afinal, o que é a exposição 'Queermuseu'?
Mostra é composta por um total de 263 obras de 85 artistas brasileiros

Por Fátima Sá
31/1/2018

RIO — “Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira” reúne obras que tratam de expressão e identidade de gênero, diversidade e diferença. Todo mundo viu a “Criança viada”, de Bia Leite; a “Cena do interior II”, de Adriana Varejão; e “Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva”, de Fernando Baril. Exaustivamente compartilhadas e expostas fora de contexto, elas foram acusadas de promover a pedofilia, a zoofilia e o desrespeito às religiões, respectivamente.

Mas “Queermuseu” é composta por um total de 263 obras de 85 artistas brasileiros, desde meados do século XX. E a imensa maioria ninguém viu. No conjunto, há pinturas, gravuras, vídeos, fotos, esculturas e objetos de nomes recentes e consagrados, como Yuri Firmeza, Volpi, Marcos Chaves, Guignard, Erika Verzutti, Lygia Clark.

“Queermuseu” seria um local para abrigar o que não se enquadra facilmente nas definições-padrão. Ironicamente, tudo o que se fez foi tentar enquadrá-lo.

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