lunes, 4 de diciembre de 2017

2017 - CAETANO VELOSO entrevista MANGABEIRA UNGER


Um dos principais artistas brasileiros e detentor de potente trajetória na cultura e na política do país, Caetano Veloso sempre teve a escrita e a poesia como suas principais bases de criação. “Eu organizo o movimento”, frase célebre que o consolidou como uma das principais referências da Tropicália nos anos 60, Caetano provocou gerações.

Nesse mesmo espírito, aos 75 anos, se torna colunista da Mídia NINJA para compartilhar suas inquietudes e seus desejos diante a crise política, econômica e civilizatória que vivemos. Muito bem vindo.




29/11/2017

Verdades tropicais e ideias acima do muro. Confira a primeira coluna de Caetano na Mídia NINJA.

Junto à Mangabeira Unger, ele compartilha suas inquietudes e desejos em uma excelente entrevista.




Foto: Reprodução / Mídia Ninja








Quarta, 29 de Novembro de 2017

Novo colunista da Mídia Ninja, Caetano estreia com entrevista a Mangabeira Unger.
por Jamile Amine

Caetano Veloso, que atualmente tem intensificado o engajamento na discussão política do país e em campanhas pelo fim da censura, acaba de se envolver em um novo projeto. O artista baiano é agora o novo colunista da Mídia Ninja, rede de comunicação independente, fundada em 2013 como alternativa à mídia tradicional. “Verdades tropicais e ideias acima do muro. Caetano irá compartilhar suas inquietudes e seus desejos em sua nova coluna de entrevistas”. É desta forma que a coluna de Caetano é apresentada ao público. 

E nesta estreia, ele conversa com Roberto Mangabeira Unger, filósofo e professor da Universidade de Harvard, além de ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência dos governos Lula e Dilma.








Publicado el 29 nov. 2017

Nos 50 anos da Tropicália, temos a honra de apresentar nosso novo colunista: seja bem vindo Caetano Veloso :)



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27/8/2008 - Lançamento do livro "O que a esquerda deve propor", do ministro Roberto Mangabeira Unger, publicado pela editora Civilização Brasileira. 

Na ocasião, haverá um debate com o autor, o poeta Antônio Risério e o cantor e compositor Caetano Veloso.

Local: Casa das Rosas




Quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Caetano: "O brasileiro precisa ser responsável"

Thais Bilenky/Terra Magazine

27/8/2008 - Antonio Risério, Roberto Mangabeira Unger e Caetano Veloso na Casa das Rosas em São Paulo

Durante debate na noite desta quarta-feira, 27/8, em São Paulo, o compositor Caetano Veloso criticou os intelectuais de esquerda do Brasil, a quem atribuiu pouca ação efetiva. Segundo o músico, é "essencial" perceber a "obviedade da originalidade" do Brasil. E assim incitou:


- O brasileiro precisa ser responsável. Tem o dever de originalidade diante do mundo, de fazer uma intervenção relevante na história do mundo!

O debate na Casa das Rosas foi sobre o novo livro do Ministro Extraordinário de
Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger chamado O que a esquerda deve propor (editora Civilização Brasileira). Ao lado de Caetano e Mangabeira estava o antropólogo baiano Antonio Risério, que traduziu a obra do inglês para o português.

Mangabeira propõe no livro e, ontem, oralmente, a insurgência de uma terceira esquerda - o que seria uma "rebeldia criativa" dos brasileiros, que rompa com a passividade de uma massa humana a esmo.

"Quero uma dinâmica de rebeldia. Uma multidão de pequenas rebeldias que tirem a camisa-de-força que o Brasil veste", vociferou o ministro. Suas palavras, carregadas do já famoso sotaque americano, saíram claras, polidas e de tão límpidas pareciam correr em algum teleprompter no fundo do salão.

O ministro discursou em pé, o único que assim o fez entre os debatedores, por cerca de vinte minutos. Neste tempo, enumerou as cinco obras que a "terceira esquerda" deverá encabeçar, os três obstáculos que deverá encontrar, caracterizou os dois outros grupos de esquerda existentes no Brasil.

Para Mangabeira, a grande e necessária "aliada da rebeldia" é a imaginação. E, de acordo com Frederico Barbosa, diretor da Casa das Rosas e moderador da mesa, assim se explicava a presença de Risério ao seu lado. Risério, dono de grande "inventividade", recebeu a palavra.

Sentado, em tom de voz baixa, o antropólogo brevemente disse que aceitara traduzir o livro - sugestão de João Santana Filho, marqueteiro do presidente Lula - logo ao ler os primeiros parágrafos. Risério, que não é tradutor profissional, tomou como "tarefa política e uma espécie de serviço emocional" deixar na língua dos brasileiros o pensamento de Mangabeira. A seu ver, a prosa do professor de filosofia recebeu influência da tradição poética inglesa.

- Sua importância está no fato de o pensamento de Mangabeira não abrir mão de um projeto de transformação maior e de coragem para pensar de forma nova. Ele oferece roteiros e pistas para tirar-nos desta ditadura da falta de alternativa de pensamento que vivemos no Brasil.

Caetano Veloso então tomou a vez, concordando com Risério: o livro traz a esperança de ampliação do círculo de intelectuais paulistas, em geral "preconceituoso" com Mangabeira. O músico reclamou da imprensa brasileira. Segundo ele, durante toda a década de 1990, das entrevistas que dera, as referências a Mangabeira Unger foram cortadas. Uma "coluna famosa" de um jornal, diz Veloso, publicou uma carta em que ele reclamava da mídia, mas excluiu o trecho concernente ao ministro.

"Por que fazia e continuei fazendo isso (falando de Mangabeira nas entrevistas)? Porque para mim com Mangabeira se esboçava a possibilidade de revitalização do processo de ser de esquerda", disse Caetano.

O ideal liberal se provou mais resistente que o ideal socialista, afirmou o compositor. "A isso eu tinha chegado. Mas me sentia insatisfeito...", relatou. E seguiu relatando suas impressões sobre a "clareza", "lucidez" e "dimensão" do pensamento de Mangabeira. "A ascendência dos Estados Unidos deve ser reconhecida como fato de fato, mas não de direito!".

E pela segunda vez na noite, Caetano elevou a voz para encerrar sua fala:
- Não admito que intelectuais façam carinha de ironia, rindo do sotaque americano... Porque eles não estão fazendo nada que chegue aos pés!

Com o que recebeu um aperto de mão do Ministro Mangabeira. Todos se levantaram.

O autor passou a autografar os exemplares, Caetano foi cercado por espectadores e Risério se retirou... para fumar.


27/8/2008 - O ministro Roberto Mangabeira Unger (à esq.), de Assuntos Estratégicos, esteve na Casa das Rosas, em São Paulo, para lançar o livro "O que a esquerda deve propor" (Civilização Brasileira). Na foto, o cantor Caetano Veloso discursa na noite de autógrafos. (São Paulo (SP) - Foto de Julia Moraes / Folhapress







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