domingo, 3 de enero de 2016

1991 - CARMEN MIRANDA - A embaixatriz do samba




"...'monumento kitsch' e elo entre a arte pop e o dadaísmo..." (C.V.)





Ano: 1991
Título: Carmen Miranda - A Embaixatriz do Samba
Gênero: Documentário Musical - TV Cultura / 50 minutos 
Pais: Brasil
Roteiro e Direção: Cristina Fonseca
Direção Musical: Carlos Rennó




Maria do Carmo Miranda da Cunha (Marco de Canaveses, 9/2/1909 — Los Angeles, 5/8/1955)
 

O documentário aborda a trajetória da pequena notável nos dez anos pouco conhecidos de sua vida artística no Brasil, antes de se tornar estrela internacional, e o reflexo desta fase nos 14 anos que Carmen viveu nos Estados Unidos como a Brazilian Bombshell.
São exibidos trechos raros de suas participações em programas da televisão americana, como o Jimmy Durant Show, de filmes de época e dos musicais que lhe consagraram no Brasil e no exterior.

Conta ainda com depoimentos de Aurora Miranda, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Grande Otelo, Braguinha (compositor), José Lino Grünewald (poeta e crítico musical), Décio Pignatari (ensaísta), Ademar Casé (radialista), Vadeco (músico, integrante do Bando da Lua), Jorge Murad (humorista), Murilo Caldas (cantor e compositor), Robert Meyer (escritor e brasilianista) e Cássio Barsante (biógrafo de Carmen Miranda).





Caetano Veloso a definiu no documentário A Embaixatriz do Samba como a figura mais importante na formação do que passou chamar-se música popular brasileira: "Do modo como ela se desenvolveu comercialmente e sobretudo da força que ela tem no plano internacional."


“Carmen Miranda é una das figuras, assim, dessas figuras públicas, internacionais, inesquesíveis, ela é uma das mais inesquesíveis.

Era inesquesível quanto Pernalonga, o “Carlitos” do Charlie Chaplin, o Tom e Jerry, o uma garrafa de Coca-Cola, era inesquesível.”


E como os tropicalistas a achavam artisticamente interessante.

 


Caetano Veloso comenta a sua reação ao ver a polêmica foto em que Carmen Miranda aparece sem calcinha.



En 1941 -no auge da fama-, Carmen foi vitima de um escândalo involuntario, nos intervalos da filmagem de "Aconteceu em Havana", foi fotografada por seu parceiro César Romero. A foto revelada mostrou a artista sem calcinhas.

“… Eu vi essa fotografía assim de sopetão, quando estava em Londres, exilado.
Eu estava morando em Golders Green. Eu me lembro que o Décio Pignatari –o poeta Décio Pignatari-, estava em Londres nessa altura e tenha ido nos visitar e justamente nessa semana alguém tinha aparecido lá em casa com essa Revista Interview, essa revista americana que tinha sido lançada por Andy Warhol e tinha uma página inteira da revista do Andy Warhol que, sem comentários, apresentava uma reprodução de essa fotografia da Carmen Miranda com sexo exposto, né, por baixo da fantasia. Nos ficamos encantados com esse negócio, falávamos muito, eu lembro que o Décio Pignatari, -eu mostrei a ele- ele fez algum comentário que era muito curioso na altura mas que eu nem decorei, mais agora eu lembro que ele falou uma coisa dessas e eu fiquei fascinado com aquilo, era uma visão, assim, porque como um quadro a se ver, aquilo tinha uma tal riqueza anárquica, assim, desestruturadora, realmente do espectador da fotografía que era assim só comparado com a produção Dadá. Eu adoro.
E aquela figura da Carmen Miranda ali, liga a Arte Pop de Andy Warhol.
A foto tinha a ver com Dadá, do que qualquer outra coisa da produção deles. Então aquilo me deu uma impressão enorme…”



Dorival Caymmi, Carmen Miranda e Assis Valente

"Ela enchia uma casa de alegria" (Dorival Caymmi)










Hollywood, Walk of fame





Carmen Miranda foi a primeira "estrela" latino-americana a ser convidada a imprimir suas mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre, Los Angeles, 24 de março de 1941.




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