sábado, 31 de octubre de 2015

2006 - CAETANO VELOSO / MORENO VELOSO





14/09/2006 

Caetano e Moreno Veloso abrem álbum de família em show em SP


Por Raquel Stenzel

SÃO PAULO (Reuters) - Um dia depois da chegada às lojas de "Cê", o novo álbum de Caetano Veloso, o músico baiano se apresentou ao lado de seu filho Moreno, na noite de quarta-feira em São Paulo, em um show exclusivo para convidados em comemoração aos 60 anos do Sesc.

Apesar de Moreno assinar a produção de "Cê", o espetáculo ficou muito longe de um show típico de lançamento de CD. A sonoridade quase roqueira de "Cê" deu lugar à doçura das duas vozes familiarmente distintas, além de dois violões e um parcimonioso pandeiro.

Ademais, as composições inéditas do álbum foram esquecidas para dar espaço a músicas bem mais conhecidas do repertório da dupla.

O show começou com a canção norte-americana "Be Kind to Your Parents", algo como "seja gentil com seus pais". A partir daí, a viagem pelo universo familiar dos músicos se acentuou.

Os dois cantaram "Minha Mulher", música composta pelo pai (Caetano) para a mãe (Dedé Gadelha) e que faz parte do disco "Jóia", lançado em 1975. Durante muitos anos, a capa do LP foi censurada por trazer um desenho de Caetano, Dedé e Moreno (com dois anos de idade) nus.

O afeto e a admiração mútuos pontuaram toda fala e canções do show. "Ele me ajudou muito a viver, e ajuda até hoje", disse Caetano sobre seu primogênito.
Pai e filho revezaram e dividiram o microfone em um harmônico passeio sonoro, que incluiu as canções "Coração Vagabundo", "Cores Vivas", "Genipapo Absoluto", "Sete Mil Vezes", "Tempestades Solares", "A Tua Presença Morena", "How Beautiful Could a Being Be", entre outras.

Como em um álbum de família, foram retratadas a música que deu inspiração ao nome Moreno, a primeira canção ensinada pelo pai ao filho e a primeira parceria aos nove anos de idade -- "ou teria sido aos oito?", perguntou Caetano. "Os filhos são sempre mais velhos do que a gente quer".



TIO GIL NA PLATÉIA

Concebido e dirigido por Carlos Rennó, o show deu início à série "Pais e Filhos", da Temporada Sesc de Artes, no Sesc Pinheiros.

A apresentação cumpriu o objetivo da série, reunindo pai e filho no palco "para fazer o que já fizeram ou pensaram em fazer na sala de casa", segundo os organizadores.

Na platéia, contudo, os menos familiarizados com os Veloso queixaram-se do repertório do show, enquanto os mais próximos se emocionaram. Entre estes estavam o ministro da Cultura, Gilberto Gil, a sua mulher, Flora.

Gil estava ali como representante do governo federal, mas também como amigo de Caetano, tio de Moreno e compositor de algumas das canções escolhidas.


Apesar da solicitação da platéia, Gil não subiu ao palco para cantar e restringiu sua participação a um breve discurso no início evento.

"O Gil está feliz ali", disse Moreno. E Caetano arrematou: "O Gil é ministro por enquanto."

Nesta quinta-feira, o espetáculo será reprisado para as pessoas que conseguiram comprar os cerca de 1.000 ingressos colocados à venda na sexta-feira -- e esgotados em meia hora.




14 de setembro de 2006

Caetano e Moreno inauguram projeto "Pais e Filhos"

Pai e filho apresentam show inédito nesta quinta-feira, no Sesc Pinheiros; "Só Vendo Que Beleza", primeira música que Caetano ensinou para Moreno, integra o repertório
 



SÃO PAULO - A máxima 'tal pai, tal filho' não se aplica no caso de Caetano e o filho, Moreno Veloso. Ok, os dois são músicos, mas cada qual construiu trajetórias muito particulares. Caetano é uma peça importante na história da MPB enquanto Moreno tem formação consistente em projetos como Orquestra Imperial e Domenico + 2. No entanto, por mais que os dois façam questão de manter identidades próprias, difícil falar que não há pelo menos um pouco de influência de um para outro e de outro para um. "Desde que ele era menino, a gente canta 'Noche de Ronda' juntos", conta Caetano. E foi batata: a canção entrou no repertório do show inédito que apresentam nesta quinta-feira, no Sesc Pinheiros, estreando a série "Pais e Filhos".

Outra música, "Só Vendo Que Beleza" (Henricão e Rubens Campos), também é especial. "Foi a primeira música que ensinei para Moreno. Ele a gravou comigo no primeiro disco do Domenico + 2. São coisas que já fazem parte da nossa vida."

O repertório afetivo da dupla inclui canções de Caetano, como "Genipapo Absoluto", e de Moreno, como "How Beautiful Could a Being Be". E como o paizão previa, entraram músicas de Gil. "Moreno não se interessa muito em tirar minhas canções, que são simples. Desde menino, queria tirar as do Gil, com os mesmos toques de violão. E ele faz isso."





 





Foto: Rosane Medeiros

  













viernes, 30 de octubre de 2015

2006 - TIM Festival - 4ª edição






Rio de Janeiro - Marina da Glória


Sexta-feira, 27 de outubro de 2006
Sábado, 28 de outubro de 2006
Domingo, 29 de outubro de 2006





ESPECIAL
Devendra Banhart, que está no Brasil para o TIM Festival e se diz fã de carteirinha de Caetano Veloso, correu anteontem para os estúdios onde o músico faz ensaios, no Rio.

É que, quando Caetano tocar no encerramento do festival, no domingo, o texano já estará na Argentina para um show. (29/10/2006)






28/10/2006
Atrações do Tim Festival, Devendra e Caetano se encontram no Rio

THIAGO NEY
Enviado especial da Folha de S.Paulo ao Rio






26/10/2006

Um dos principais artistas da nova geração da folk music, o norte-americano Devendra Banhart considera Caetano Veloso sua referência "número um". Na quinta-feira, os dois, pela primeira vez, se encontraram no Rio, onde falaram sobre tropicalismo, cinema e, até, punk. Leia a seguir uma edição de trechos da conversa, que foi acompanhada pela Folha.

CAETANO VELOSO - Nós pegamos tanto da cultura de massa americana que é justo que eles agora peguem algo nosso. Eu fiz isso diretamente. Talvez o Erasmo Carlos tenha ouvido roqueiros americanos, mas eu ouvia os roqueiros americanos dos anos 50. Mas nunca prestei muita atenção a eles. Apenas nos anos 60, quando os britânicos começaram a imitar os americanos, como Paul McCartney, John Lennon, Mick Jagger, The Who... Ali foi quando passou a ser interessante para mim. Ao mesmo tempo, a imitação brasileira do pop e rock americano tornou-se muito forte por aqui, através do Roberto Carlos e de seus amigos. E isso foi muito mais importante para mim do que a direta influência dos criadores de língua inglesa.

DEVENDRA BANHART - É engraçado... Os brasileiros chamavam o rock'n'roll de iê iê iê. É uma forma de abraçar algo e fazer graça ao mesmo tempo.

CAETANO - Naquela época, rock'n'roll era um termo ultrapassado no Brasil. Sobre Roberto Carlos ou os Beatles, não se dizia que aquilo era rock. Dizia-se iê iê iê, algo novo. Mas rock tornou-se mais moderno do que iê iê iê. O filme "A Hard Days Night" no Brasil chamava-se "Os Reis do Iê Iê Iê". Às vezes traduzem tão mal... "Casulo" seria um título tão maravilhoso, e é "Cocoon" no Brasil, "Cocoon" não, "Casulo", pô.

DEVENDRA - Em Caracas, "Cocoon" acabou de ser lançado. Um pouquinho atrasado... Para mim, o filme que apresentou o Brasil a muitas pessoas, que vendeu o conceito do Brasil para o resto do mundo foi "Tudo Bem" [1978], do Jabor. E a trilha é linda.

CAETANO - Todas as canções dessa trilha são fantásticas. Não acho que o filme seja bom, os brasileiros não gostam dele.

DEVENDRA - Eu encontrei meu baixista num cinema em São Francisco. Ele estava fazendo uma das passagens de "Cinema Falado" e eu fazia pipocas e limpava corredores. Meu contato com o tropicalismo teve a ver com o interesse do meu pai por música nova. Na época, saiu uma compilação feita pelo David Byrne que tinha "Leãozinho". A primeira vez que ouvi Caetano foi a primeira vez que ouvi Moreno. É um disco incrível. No mesmo instante fiquei empolgado.

CAETANO - Ultimamente tenho sido mais cuidadoso com as minhas gravações, porque penso nas pobres pessoas que não falam português. Tento ser mais responsável. O trabalho que tenho feito com Jaques Morelembaum, com os jovens músicos em "Cê"... Jaques Morelembaum não é apenas um gênio musical, mas uma pessoa muito generosa, e me ensinou tanto, me fez sentir menos envergonhado em ser um músico. Tudo o que faço com esses caras hoje não seria possível se não tivesse trabalhado com Morelembaum.

DEVENDRA - Você canta em espanhol, inglês, italiano...

CAETANO - Comecei a cantar em outras línguas primeiro usando o inglês. Não escrevia em inglês. Era terrível. Havia um cara, o inglês Ralph Mace [produtor de "Transa"], ele me pediu para escrever as canções em inglês, ele gostava das minhas coisas e das coisas do Gil. Ele dizia: Isso é tão original e interessante, vou fazer os discos. Eu tinha acabado de chegar em Londres. Meu inglês é muito limitado, naquela época era inacreditavelmente limitado. Estava depressivo, não conseguia dizer não para ninguém.

DEVENDRA - Bom, fico feliz por isso. Uma das razões pelas quais tocamos "Lost in Paradise" é...

CAETANO - "Lost in Paradise"! Escrevi essa canção quando vivia em São Paulo, mas não falava inglês. Achei que poderia ser uma resposta à presença da língua inglesa [em São Paulo], que de certa forma era opressora, mas também uma maneira de dizer algo ao mundo. Tinha uma justificativa política.

DEVENDRA - Há algo bem punk e dualista em gritar "Não me ajude!". A razão pela qual tocamos esta canção é para dizer "esta é uma canção de Caetano Veloso. Se quiser escutar a versão boa, vá atrás de quem a escreveu". Você fala português, mas escreve em inglês melhor do que todos os compositores de língua inglesa que conheço. É mais interessante, há mais espaço para diferentes interpretações..

No movimento punk há tanta música punk ruim, mas há música ruim no tropicalismo? Há música brasileira ruim, na MPB, mas no tropicalismo? A qualidade é muito boa. E o que é mais punk: vestir uma calça jeans rasgada ou ir a um clube de fio dental? Isso é punk.





28/10/2006

Tim Festival: Caetano Veloso assiste ao show do fã Devendra Banhart

Caetano Veloso não subiu ao palco para cantar com o norte-americano Devendra Banhart, mas assistiu o show do cantor que já se declarou fã incondicional do trabalho do brasileiro.

Devendra se apresentou no palco Tim Lab com os artistas Céu e a dupla africana Amadou & Marian.

Com um visual de quem parce estar nos anos 70, Devendra foi empolgando o público aos poucos, e até chamou alguém da platéia para cantar com ele, o que é comum em seus shows.

Para encerrar a noite com chave de ouro, Devendra cantou Lost in the Paradise, música de Caetano gravada no disco Caetano Veloso, de 1969.
Devendra ainda participa da edição do Tim Festival em Vitória, no domingo.

  
 



Caetano Veloso faz show de encerramento do TIM Festival 2006



O cantor e compositor Caetano Veloso foi o último nome a ser fechado para o TIM Festival 2006. O músico vai apresentar as 12 canções de seu mais recente CD, Cê, no palco TIM Lab no domingo (29), no Rio de Janeiro.

Ele vai fechar a noite que terá também como atrações o guitarrista gaúcho Marcelo Birck, o trio norte-americano de jazz acústico The Bad Plus e o grupo também norte-americano Black Dice. “Eu adorei essa idéia de cantar no Festival. Gosto muito de ver as apresentações ao longo da história deste festival. Até escrevi sobre o assunto.

Também adorei a idéia de estar numa noite e num lugar que vai ter bandas experimentais e apresentar um repertório do meu disco novo exatamente como ele foi gravado e com os mesmos músicos”, disse Caetano Veloso, figura obrigatória nas edições anteriores do festival com suas tiradas. Em 2005, o músico chegou a comparar o Arcade Fire com a Família Lima.

No show especial do Tim Festival, batizado de 'Cê Todo', o cantor estará acompanhado de Pedro Sá (guitarra), Marcello Calado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). Caetano Veloso apresentará as canções: 'Outro', 'Minhas lágrimas', 'Rocks', 'Deusa urbana', 'Wally', 'Não me arrependo', 'Musa Híbrida', 'Odeio', 'Homem', 'Por quê?', 'Um sonho' e 'O Herói'.

O Tim Festival chega à sua quarta edição trazendo mais de 30 atrações do melhor do cenário musical nacional e internacional para a Marina da Glória, no Rio de Janeiro nos dias 27, 28 e 29 de outubro.




 






 

 














 














Foto: Carlos Augusto Gomes

Pedro Sá



 



 





 


31 de outubro de 2006
Vitalidade de Caetano Veloso levanta público do TIM Festival

De jaquetinha jeans e óculos, Caetano Veloso esqueceu a letra de O Herói e teve que colar de uma folha de papel. No encerramento do Tim Festival, domingo à noite na Marina da Glória, o sessentão da Bahia provou que cabelos grisalhos não denunciam, necessariamente, perda de vitalidade.

Caetano Veloso, espertamente, esperou a festa dos Beastie Boys terminar para iniciar a sua, já ás 3h de segunda, no palco Lab. Diante de uma platéia receptiva, tocou as 12 músicas de , seu (já cultuado) novo disco e agradeceu aos fãs. "Obrigadíssimo pela atenção de ouvir essas músicas todas novas", disse, antes do 'slow rock' em que transformou Deusa Urbana, ovacionada pela platéia.

Acompanhado por uma banda de rock poderosa, o trio Pedro Sá (guitarras e baixo), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria), Caetano não fez um show de rock: fez um show de Caetano. Empunhou um violão que roqueiro algum usaria para harmonizar as distorções e levadas rítmicas dos jovens companheiros.

Pedro Sá ganhou amplos espaços para mostrar sua técnica exuberante, colorida, na guitarra. As músicas mais introspectivas não renderam tão bem - e devem receber reforço de antigos sucessos na turné que começa dia 17, em Brasília.

No bis, já com portões abertos ao povo do Village, vieram You Don’t Know Me, Como Dois e Dois e Nine Out Of Ten, todas do início dos anos 70. Catarse antecipada por “Rocks”, com seu refrão de lavar a alma: "Você foi mor rata comigo!". Caetano não é roqueiro, mas sua música "fez a cabeça" (sem fios brancos) da garotada.

Ex-mulher o tempo todo no telefone

Metida numa decotada frente-única, Paula Lavigne adentrou o palco Lab minutos antes de Caetano Veloso entrar em cena. Ao lado do diretor Andrucha Waddington, a empresária e ex-mulher do compositor ouviu O Outro (dos versos "você nem vai me reconhecer quando eu passar por você feliz e mau como um pau duro") e rumou para o cercadinho do técnico de som. Dali acompanhou o show falando alteradamente em celular e rádio. Só no bis cantarolou e arriscou passinhos antes de seguir para o camarim, onde o cantor recebeu amigos como Jorge Mautner.

Do lado de fora, Bebel Gilberto reclamava da truculência com que um segurança a barrou. "Moço, você me empurrou. Você machucou, sabia?", repetia a cantora. Curador do festival, Hermano Vianna também foi cumprimentar Caetano. "Foi uma proposta dele tocar aqui e funcionou muito. O show é rock, é pesado mesmo", comentou o antropólogo, que aprovou a mudança do evento para a Marina da Glória. "Achei ainda melhor que no Museu".

Copyright Editora O Dia S.A.



31/10/2006

Tim Festival teve noite de rappers e Caetano Veloso

ADRIANA FERREIRA SILVA
BRUNO YUTAKA SAITO
THIAGO NEY


da Folha de S.Paulo 


Já era quase manhã de segunda-feira quando Caetano Veloso encerrou o último show da quarta edição do Tim Festival, no Rio de Janeiro. Durante três dias, cerca de 32 mil pessoas passaram pela Marina da Glória, onde, em quatro palcos, apresentaram-se 32 atrações.

Outros 8.000 espectadores estiveram nos espetáculos promovidos, também neste fim de semana, em São Paulo e Vitória --o festival só termina hoje, em Curitiba.

A política deu o tom do evento, com destaque para o discurso engajado da cantora Patti Smith e o público lembrando que ontem foi dia de eleição, usando camisetas com as frases "Lula Sim" e "Lula Não".

A principal novidade de 2006, a mudança do Museu de Arte Moderna para a Marina da Glória, foi aprovada pelo público, que elogiou a estrutura e a ampliação do espaço.

Domingo de rap

Caetano Veloso era a prata da casa do último dia de festival no Rio, que teve como destaque as grandes performances dos rappers do Beastie Boys e do DJ Shadow, ambos no Tim Stage.

Shadow entrou primeiro, promovendo uma viagem sinestésica em que cenas projetadas num telão se desdobravam conforme ele desconstruía batidas de funk, rap e rock. O produtor norte-americano é hoje um dos nomes mais importantes do hip hop, responsável por renovar ao acrescentar diferentes ritmos a ele.

Simpático e falador, Shadow mostrou no Rio toda sua habilidade nos toca-discos, alternando-se entre eles e as baterias eletrônicas.

No set list, entraram faixas dos discos "Endtroducin" e "Private Press" e, para apresentar músicas do novo, "Outsider", Shadow convidou o também americano MC Lateef.

Na seqüência, os Beastie Boys incitaram uma quebradeira entre o público, que mais parecia estar numa apresentação de rock. Vestidos de terno e gravata, os MCs Ad Rock, MCA e Mike D se revezavam nos microfones, enquanto o habilidoso DJ Mixmaster Mike mostrava que sabia tocar até com os cotovelos.

Pulando de um lado para o outro, os MCs mostraram cerca de 20 músicas, como os hits "Brass Monkey", "Ch-check it Out" e "No Sleep Till" Brooklin". Muitas delas foram tocadas com bases diferentes das originais, em versões mais lentas e "sujas".

Como é de praxe, no bis os Beastie Boys voltaram como banda de rock, com baixo, guitarra e bateria (além do DJ), encerrando com a clássica "Sabotage".

Caetano

Em sua noite mais diversificada, o palco Lab recebeu os jazzistas do The Bad Plus, o trio norte-americano Black Dice e Caetano Veloso.

Caetano, atração incluída no festival de última hora, apresentou músicas de seu mais recente disco, "Cê". Eram 3h quando o ele iniciou seu show (que teve, com pouco mais de mil pessoas, o maior público do palco), vestindo jaqueta, calça jeans e camiseta.

É o Caetano em sua recém-lançada fase roqueira. Com o apoio de uma jovem e competente banda, o cantor e compositor emula sonoridade do rock indie norte-americano, como Wilco, em canções agitadas como "Rocks", "Odeio" e "Homem".

Mas nem tudo é rock na nova fase do compositor, como mostrou a apresentação de "Herói", que está no novo CD, mais declamada do que cantada. No bis, Caetano voltou e mostrou canções antigas como "You Don't Know Me" e "Mora na Filosofia"/"Nine Out of Ten".