viernes, 31 de julio de 2015

2003 - LETRA SÓ - Eucanaã Ferraz



Porto, Portugal,  30/6/2003 - Foto: Graça Matias Ferraz

Eucanaã Ferraz (n. Rio de Janeiro, 18/5/1961)

Letra Só, será apresentado por Caetano Veloso, no dia 30 de Junho, no Porto [Portugal].

O músico baiano tem um concerto acústico marcado para o Coliseu do Porto a 01 de Julho. O livro de Caetano Veloso reúne cerca de 200 letras de canções que compôs para os seus álbuns e para outros músicos. 

O trabalho de organização do livro esteve a cargo de Eucanaã Ferraz, poeta e professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que também prefacia a obra. "O Leãozinho", "O Quereres", "Menino do Rio" e "Maria Bethânia" são algumas das letras a incluir no livro "Letra Só".



VELOSO, Caetano. Letra só. Seleção, organização e prefácio Eucanaã Ferraz. Vila Nova de Famalicão, Portugal: Editora Quasi, 2003.



Letra só
Edições Quasi - 2003, Portugal



Pela primeira vez fixados e editados, foram reunidos nesta obra os poemas que Caetano Veloso cantou e os que escreveu para outros artistas. O trabalho de organização do volume esteve a cargo do poeta e professor Eucanaã Ferraz, que igualmente prefacia o livro, e que teve o apoio minucioso de Caetano. A edição foi exclusiva para Portugal e rapidamente teve esgotada a sua primeira edição. O volume deu origem à edição de brasileira, pela Companhia das Letras.

"Caetano Veloso é uma referência incontornável da identidade brasileira. A sua música, os seus textos e a sua conduta, na intervenção sócio-cultural, destacam-no na história contemporânea, fazendo dele um dos mais importantes artistas actuais. A sua notoriedade é também a notoriedade da língua portuguesa, maravilhosamente embalada no seu canto melodioso.
A escrita de Caetano Veloso tem sido valorizada desde sempre, no entanto, por razões diversas, só agora, com este Letra só, se coligem os seus textos, sendo também a primeira vez que uma grande parte deles se vê fixado pelo trabalho afincado de Eucanã Ferraz em parceria com o autor.
A possibilidade, que agora se levanta, de apreciar Caetano como poeta, descobrindo todo o esplendor dos seus versos em poemas famosos como "O Leãozinho", "O quereres", "Menino do Rio", "Maria Bethânia", etc, é a intenção deste livro, conseguido pelos esforços do poeta, do organizador e de quantos sonharam o projeto e favoreceram a nossa sorte perante os deuses. Bem hajam."
 


 
VELOSO, Caetano. Letra só. Organização e notas Eucanaã Ferraz. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2003. 344 págs.
Edição conjunta com o livro Sobre as letras, 80 págs.


Letra só / Sobre as Letras (2 volumes)

Companhia das Letras - 2003, Brasil






Organizada pelo poeta Eucanaã Ferraz, esta obra sobre Caetano Veloso reúne dois volumes. Um deles, "Letra Só", é uma seleção de letras do compositor e reúne versos que, dissociados da melodia, dão destaque à inventividade e à riqueza da escrita de Caetano.

Já "Sobre as Letras" traz fotos e comentários do próprio artista a respeito da gênese de sua escrita.


"Caetano Veloso: Letra Só/Sobre as Letras", os leitores têm acesso à discografia e cronologia do cantor, além de ver algumas de suas principais letras.
Letra só é uma seleção de letras de Caetano Veloso, organizada pelo poeta e professor de literatura brasileira Eucanaã Ferraz. O volume reúne versos dos quais se suprimiu a música, a fim de dar destaque à inventividade e à riqueza da escrita do compositor. O volume é acompanhado de outro, entitulado Sobre as letras traz fotos do compositor e comentários do próprio Caetano a respeito da gênese de sua escrita.

Caetano é um caso singular na música brasileira. Desde os anos 60, sua obra já apresentava uma mescla de alta cultura com cultura de massa, tendo como principais referências os Beatles, a pop art, o cinema de Godard e a poesia concreta. Além disso, o compositor sempre teve forte inclinação para trabalhar com deslocamentos conceituais e formais, levando ao extremo as dimensões estéticas da canção.

Afastadas de sua melodia, as palavras ganham em materialidade e se mostram das mais diversas maneiras: versos econômicos aparecem ao lado de longas estruturas narrativas, construções experimentais convivem com formas tradicionais, simplicidade extrema se mistura a sofisticação formal.

A seleção foi feita a partir das familiaridades temáticas ou formais, sem a preocupação de agrupamento por discos ou de seqüência cronológica. Entre os principais temas, estão Santo Amaro da Purificação, a Bahia, o Tropicalismo, a música, o amor, o Brasil, a existência, o cinema, a literatura e o Carnaval.

O leitor de Letra só e Sobre as letras poderá confirmar a força dos versos de Caetano, com sua pulsação acelerada e seu forte diálogo com a tradição poética do país. E compreenderá melhor, a partir dos comentários do compositor a respeito das canções, por que suas letras se tornaram uma referência valiosa tanto para a poesia escrita como para a canção brasileira.

O livro teve, um ano antes, uma edição portuguesa, da qual não consta o volume Sobre as letras.





 





São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003


O cantor e compositor Caetano Veloso, autor do livro "Letra Só"; conjunto da obra vem com a coletânea "Sobre as Letras"

2003 - 12-11 - Foto Isabel Pedrosa

"LETRA SÓ"

Antologia organizada por Eucanaã Ferraz recolhe 180 letras, acompanhadas de pequenos comentários do poeta

Para guardar o mundo em mim, em nós


ARTHUR NESTROVSKI
ARTICULISTA DA FOLHA

É um livro de poemas. Ninguém deixará de escutar melodias e harmonias, ninguém deixará de ouvir a voz de Caetano cantando esses milhares de versos, alegrias para sempre, que calam no fundo da memória, onde o que é dos outros e o que é nosso viram uma coisa só. Mas o livro, o livro só, lança ainda outros mundos no mundo, entrando agora na nossa vida como a radiação de um corpo azul.
Outra versão desacompanhada de "Letra Só" saiu antes em Portugal, em maio de 2003. Mas não se compara ao deslumbrante objeto-livro projetado por Raul Loureiro, um transcendental e táctil araçá. E esse vem com "Sobre as Letras", uma coletânea de pequenos comentários, recolhidos pelo organizador Eucanaã Ferraz (ele mesmo um dos poetas mais estimados da nova geração).
É um livro de poemas, então; e toma por modelo, explícito e confesso, a "Antologia Poética" de Drummond, de 1962. Quer dizer: o livro é dividido tematicamente, não por discos. Os 180 poemas vêm divididos em 17 categorias, desde "a cidade natal" e "a Bahia", até "o cinema", "a literatura" e "o Carnaval", passando, entre outros, por "gente", "o amor", "a música", "a cidade" e "os deuses". Não há identificação imediata de fonte ou data; para quem quiser, está no fim do volume. Nosso autor já tem coragem de saber que é imortal e nos libera da obsessão didática. Toda essa poesia existe, agora, e é uma letra só.
Aparece aqui em sua edição de referência, já que cada poema foi revisto por Caetano. As alterações vão desde detalhes de quebra de linha e pontuação -nenhuma letra tem ponto final- até verdadeiras revelações. Dois exemplos: onde se lia "À noite, a chuva que cai lá fora", leia-se "A noite à chuva que cai lá fora", sintaxe que talvez só ele tivesse a audácia e a arte de escrever; e onde se lia "Porém parece que a golpes de pê, de pé, de pão", leia-se "há golpes", que é bem outra pipoca.
Esses exemplos podem servir de entrada para as duas grandes linhas dessa poesia "para a voz", uma "poesia pública", como diz Eucanaã Ferraz. Num extremo fica a poesia mais direta e simples, aspirando à transparência da língua, que é também o engajamento pleno com as coisas; no outro, fica a linguagem mais auto-referencial, o "samba inteligente", onde se podem escrever e cantar versos como "o adjetivo esdrúxulo em U". Que a primeira frase do primeiro poema seja "Onde eu nasci passa um rio" e que a última do último seja "Rima mira terça certa/ E zera a reza" parece bom demais para ser acaso.
Entre uma e outra, são mil gradações de registro, onde se cruzam, de modo único, as vozes de precursores como Drummond, Cabral, Augusto e Haroldo de Campos, Noel Rosa, Dorival Caymmi e Vinicius de Moraes com a de contemporâneos (Chico Buarque, Jorge Ben) e sucessores ("Gente quer respirar ar pelo nariz" não soa hoje como Arnaldo Antunes?). Cruzam-se ali, também, tantas questões da cultura brasileira desses últimos 40 anos que o mínimo que se pode dizer, no calor da hora, é que o livro pede estudo e comentário, no largo âmbito da crítica.
Desse ponto de vista, o "Sobre as Letras" fica um pouco frustrante, quase limitado ao anedotário. Mas também não faria sentido reescrever "Verdade Tropical". "Letra Só" é irmã da "Verdade".
Quem senão Caetano poderia pôr numa letra de música a palavra "revelar-nos-íamos"? Quem mais rimaria "capte-me" com "it's up to me"? Quem cantaria "infinitivamente"? E a "deusa de assombrosas tetas"? E "a subsombra desumana dos linchadores"? O que mais pode esta língua?
Os momentos de virtuosismo são tantos que, à maneira do próprio livro, se poderia falar em categorias. Sem muito rigor: virtuosismo da forma, no plano da frase -"A carne, a arte arde, a tarde cai" (onde o "c" de "carne" viaja até o "cai" e "arte" + "arde" = "tarde")- e no da estrutura (veja-se a variação do refrão de "Gente"; ou, no extremo oposto, as repetições imutáveis do "Tempo Tempo Tempo Tempo").
Virtuosismo do vocabulário: "desentristecer", "orgasmaravalha-me"; de imagens: "Onde queres revólver, sou coqueiro", e de idéias: "A verdade é seu dom de iludir"; "alma tranquila de dor".
Virtuosismo da sintaxe: "E éramos olharmo-nos intacta retina"; das rimas: "Tranquilo e infalível como Bruce Lee/ Virá que eu vi", ou a sequência "néon/som/Hebron/tom", diferenciando "on" e "om"; virtuosismo dos jogos de palavra: "Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll", onde a alma se satura de "soul"; e das citações: "Como a própria perfeição da rima para amor", que naturalmente é "dor" e alude ao refrão "pra que rimar amor e dor?" de Monsueto Menezes, que o próprio Caetano gravou para ninguém nunca mais esquecer.
Seu nariz de poeta aponta sempre contra os chapadões. Mesmo no contexto de absurda excelência da poesia da música popular brasileira -um de nossos maiores patrimônios, relativamente pouco estudado-, a arte de Caetano Veloso é qualquer coisa, ou muito. Encanta e surpreende a cada página, que nunca se dá sem fogo, sem o brilho da consciência e da paixão. Depois do quê, ficamos nós, gente só, desastrados tropeçando nos milagres.

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Músico lança "Letra Só", livro em que comenta a arquitetura de algumas de suas canções, e fala sobre Maria Rita, Lula e Gilberto Gil no poder

Caetano nas entrelinhas
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Em 1986, em seu filme "Cinema Falado", Caetano Veloso punha o filho Moreno, ainda menino, e a mulher de então, Dedé, a proclamar que o Brasil se tornaria o primeiro país do século 21. Hoje é século 21; o garoto-prodígio da tropicália tem 61 anos, lançará "Cinema Falado" em DVD e volta às livrarias com "Letra Só", um compêndio de suas letras que ele próprio comenta, destrincha, tenta às vezes retocar.
Ri, oscila e afirma que o Brasil não é o primeiro país do século 21. "Não. Mas um pouquinho. Esse desejo nunca esteve tão presente na empreitada política real quanto agora, com a eleição de Lula."
Quem o diz hesitou em votar em Luiz Inácio Lula da Silva até a hora H, dentro da cabine. "Eu tinha medo de eles quererem fazer de eleição revolução. Sou muito ignorante em política, mas tinha medo. Eu era igual à Regina Duarte. Mas votei no Lula. E vi que não. O momento era Lula, o Brasil tinha que dizer isso", narra.
"É um gesto de extrema importância. Eu não tinha sangue de barata para entrar naquela cabinezinha e não votar no Lula", justifica. Mas votou decidido a votar em José Serra no segundo turno. Ia virar de voto, "só para me sentir perfeitamente de acordo comigo mesmo". Viajou -e não votou em ninguém no segundo turno.
Em entrevista ao lado do poeta Eucanaã Ferraz, 42, que organizou "Letra Só" e tomou seus depoimentos, Caetano falou sobre todos os assuntos e o livro.
Lembrou episódios que ali toca de raspão, como divergências com Jards Macalé, depois ex-tropicalista e ex-amigo, e Elis Regina (1945-82), antitropicalista com quem Caetano vivia às turras.
De Elis, chegou à filha de Elis, o advento musical Maria Rita, e à polêmica tropicalista Preta Gil. De Preta, foi ao pai de Preta, o amigo Gilberto Gil, o tropicalismo no poder central do país no século 21. Abaixo, blocos de Caetano.
JARDS MACALÉ - "Fiz a música que ele não quis fazer ["Esse Cara", que, segundo "Letra Só", Macalé não quis musicar porque "podiam achar que aquilo era coisa de veado"] e continuamos em Londres, tocando juntos, nos divertindo, conversando até de madrugada. Ele morava na minha casa. Não houve nenhum momento de animosidade por causa disso, não houve briga".
ELIS REGINA - "Quando cantou num especial de Gal Costa na Globo, Elis me pareceu muito mais artista que Gal. Em geral as pessoas achavam o contrário, porque Elis não abria o olho, a roupa era estranha. Mas Elis ali me pareceu um músico, um artista com uma tragédia de vida que aparecia na arte, na postura, no estilo. Nunca uma cantora de tão alto talento musical chegou ao estrelato no Brasil. Ela é única, entre as estrelas não há ninguém. Há Jane Duboc, Leny Andrade, mas ao primeiro time de estrelato só Elis chegou".
MARIA RITA -"O que mais me impressiona é a alta qualidade musical dela. Nesse ponto ela está no nível de Elis, lá em cima. Mas é é uma menina de 20 e poucos anos que canta ao estilo de uma mulher que aos 20 e poucos anos nem sonhava que chegaria a cantar assim. Maria Rita aprendeu mais justamente com a última fase de Elis. Mas ela começa com uma base de segurança que a mãe não teve. A mãe era um grande talento que foi jogado aos leões".
PRETA GIL - "Ela canta muito bem, sem problema. A nudez da fotografia nem precisava mostrar, porque no show mostra que é muito desembaraçada. Preta Gil é o melhor do axé refinado, bem-humorado, um pouco debochado, um pouco autoparódico. É filha de tropicalista, foi educada nesse ambiente. As fotos dela nua, não achei geniais como atitude, mas também não achei detestáveis. Não achei isso um aspecto muito importante. Talvez eu não achasse a foto tão bonita assim para dizer que adorei, mas nem é feia para justificar um problema".



Agencia Estado


A poesia cantada de Caetano Veloso
15 Novembro 2003

Serve para quem gosta de cantar as músicas de Caetano Veloso. Serve para quem
gosta de discutir se letra de música e poesia são coisas diferentes. Há quem diga que sim - a maioria acha que letra de música é uma coisa, poesia é outra.

Coisa que parece proceder. Afinal, a letra de música obedece aos parâmetros determinados pela música. Normalmente, a melodia é feita primeiro e poeta escreve os versos depois. 

Raros são os letristas que oferecem versos prontos para os compositores (Sueli Costa só faz música se já houver a letra). Falamos de Letra Só, de Caetano Veloso, volume de 342 páginas organizado pelo professor de Literatura Eucanaã Ferraz. Ele selecionou, em 17 blocos temáticos, 186 letras do compositor. 

Nenhum comentário sobre elas: apenas as letras. 

Um estudo introdutório explica a intenção de Eucanaã: apartar versos e melodias para poder observar o escritor à distância do compositor. Se for possível. Porque letra de
música está grudada à melodia. Ainda mais no caso de um autor que escreve tanto
as letras quanto as melodias da quase totalidade da obra. Letra Só é vendido em
conjunto com outro livro, Sobre as Letras, também organizado por Eucanaã Ferraz,
com nota introdutória dele e belíssimas fotos. 

Na primeira página, reprodução do manuscrito original da letra da canção Livros. Este volume é menor. Tem 80 páginas. Traz comentários de Caetano sobre 54 músicas. Como fez, para quem, por que fez. Elucida alusões, corrige interpretações equivocadas. 

É um livro curioso. O conjunto, editado pela Companhia das Letras, vem embalado em capa de plástico transparente e o preço sugerido pela editora é de R$ 55,00. É bom
pesquisar antes de comprar. Os magazines culturais costumam oferecer preços mais
baixos. 

"A seleção revelou muita coisa interessante da dicção dessas palavras escritas para serem cantadas que eu não perceberia de outra forma", confessa Caetano Veloso. "Senti que as letras, apresentadas na condição de poemas, mostraram virtudes que eu não desconfiava que possuíssem e fiquei surpreso com valores que eu não observava." 

Eucanaã Ferraz toma o cuidado de não chamar as letras de poemas e não chamar Caetano de poeta. "Ele faz as letras para a música", observa. "Mas há, na transposição para um papel, um deslocamento formidável, como o que em Cinema Falado assegurava a impureza do cinema; aqui, o poema cantado, observado distante da melodia, mostra-se em outra dimensão. 

E é surpreendente como, mesmo para quem conhece bem as melodias, ao ler as letras
fora dos encartes dos discos percebe outros valores. É como se o tempo todo
essas letras estivessem nos enganando, fingindo não ser poemas. 

A reunião em livro dá numa forma de vida nova para os escritos." Mas, afinal, letra de música é poesia ou não? 

Eucanaã acha que a discussão, dada a peculiaridade da produção cultural brasileira, é, sim, pertinente, e que o livro vai trazer o tema de novo à baila. 

Caetano, que em março lança um disco cantando músicas americanas ("clássicos e barrocos", brinca, sobre o repertório), responde citando Tom Jobim. Quando perguntavam ao maestro se havia diferença entre música erudita e música popular. Tom respondia: "Eu não faço diferença, mas existe."






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28/11/2003 - Revista QUEM Acontece n° 168

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