sábado, 1 de noviembre de 2014

1973 - TENHO CIÚME DE TUDO


Junho de 1973

13/6/1973

13/6/1973








 



Interpretación de Caetano en homenaje a Orlando Dias (1923/2001).


21/9/1973, São Paulo 


“...'Tenho ciúme de tudo' levou meus pensamentos a uma voragem. Esse bolero era o exemplo mais espalhafatoso do fenômeno de massas Orlando Dias. Dias rasgava o próprio paletó, gritava 'Obrigado, minhas fãs', ajoelhava- se. Era o culto a Orlando Silva exibindo consequência no polo oposto a João Gilberto. Dias ficou famoso no início dos anos 1960, mas nos 70, quando voltei de Londres, ele brilhava ainda, com os LPs 'Obrigado minhas fãs', 1 e 2. 'Tenho ciúme de tudo', desde o título, não é uma canção moderada. No nosso ambiente, ríamos de Orlando — e eu achava que não tinha ciúme de nada. Decidi cantar justo esse bolero — e como último número do meu show da temporada. Tendo encontrado Ditinha, propus-lhe que entrasse no palco toda noite para o número final. Eu cantava para ela.
Não lembro exatamente como era a roupa de Ditinha. Mas estou certo de que não era uma roupa do dia a dia de uma mulher. Era roupa de palco — e havia plumas...." 

[Caetano Veloso, 2011]






“… A vida tem bons momentos, mas duram muito pouco, sentencia. Como quando, ao ir ao Rio de Janeiro pela primeira vez, para participar, como convidada especial, de um espetáculo de Caetano Veloso ("uma glória!"), Ditinha foi presa na rua e passou a noite na delegacia, sem ter feito nada de mal, só porque estava parada na calçada da Cinelàndia, quando o carrão passou.” 

[José Antônio Nonato, Jornal X -, n° 11, 1975]



Orlando Dias
  
Letra y música: Waldir Machado
Bolero
1961

Tu és a criatura mais linda
que os meus olhos já viram
tu tens a boca mais linda
que minha boca beijou
são meus os teus lábios
estes lábios
que os meus desejos mataram
são minhas tuas mãos
estas mãos
que as minhas mãos afagaram


sou louco por ti
eu sofro por ti
te amo em segredo
adoro o teu porte divino
pela mão do destino
a mim tu vieste


tenho ciúme do sol
do luar
do mar
tenho ciúme de tudo
tenho ciúme até
da roupa que tu vestes

































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