domingo, 29 de septiembre de 2013

2013 - O LEÃO


Homenaje a Vinicius de Moraes, que el 19 de octubre de 2013, estaría cumpliendo 100 años.



Caetano grabando "O leão", en julio de 2013






2013 – CAETANO VELOSO / MORENO VELOSO
Álbum “A Arca de Noé” 
[Varios intérpretes]
Sony Music CD
888837381628, Track 2.



O LEÃO

Letra: Vinicius de Moraes
Música: Raimundo Fagner


© 1970 Tonga Editora Musical LTDA / © 1981 Directo
Inspirado en William Blake



Leão! Leão! Leão!
Rugindo como o trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.

Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.

Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?

O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.

Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera...
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O Leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.

Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!





20-10-2003

Saravá, criançada!

Montagem de "A Arca de Noé" revela um Vinícius de Moraes cada vez mais jovem no ano em que o poetinha completaria 90 anos

MARTHA MENDONÇA

No domingo 19 de outubro, o poeta e compositor Vinícius de Moraes completaria 90 anos. Um dos expoentes da bossa nova, ele era bem mais velho que seus principais parceiros, tinha quase 20 anos a mais que Tom Jobim e 30 a mais que Chico Buarque, Toquinho ou Carlos Lyra. O fato é que não parecia, tal sua personalidade expansiva e a atualidade da obra que deixou. O trabalho de "Vininha", como era chamado pelos mais íntimos, se renova e atravessa gerações. Exemplo perfeito é A Arca de Noé — Vinícius de Moraes para Crianças, que pode ser considerada a maior obra-prima musical infantil já feita no país por um autor brasileiro. No Rio de Janeiro, desde o dia 12, a primeira grande montagem do espetáculo — que teve versões em disco, em dois volumes — está em cartaz no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana. Os ingressos já estão esgotados por três fins de semana.

A Arca nasceu de um livro de poemas de Vinícius, publicado em 1970. Foi musicado pelo parceiro Toquinho, lançado em LP e transformado em especial de TV em 1980, ano da morte do poeta. Dirigido por Augusto Cesar Vanucci, deu à Globo o prêmio Emmy, um dos mais importantes da televisão mundial. Agora, no teatro, dirigido por Augusto Thomas, filho de Vanucci, é uma superprodução com 11 atores mirins e quatro adultos, que mistura linguagem de teatro, cinema e circo, com projeções e bonecos representando os animais. "Clássicos como ‘O Pato’ (O pato pateta/pintou o caneco/surrou a galinha/bateu no marreco) e ‘A Casa’ (Era uma casa muito engraçada/não tinha teto/não tinha nada) são cantados por pais e filhos com os olhos brilhando", diz Ana Luísa Lima, da Sarau Agência de Cultura Brasileira, que produz o espetáculo.

Vinícius não fez musicais apenas para crianças. Em 1955, com Tom Jobim, compôs o premiado Orfeu da Conceição. Em 1962, com Carlos Lyra, fez Pobre Menina Rica. Com Edu Lobo, em 1976, estreou Deus Lhe Pague. Se tivesse trabalhado na Broadway, poderia ter atingido a dimensão de Ira Gershwin, letrista parceiro do irmão George em grandes musicais, ou Tim Rice, que trabalhou com o compositor Andrew Lloyd Weber. Em poesia, prosa ou letras de canções, Vinícius utilizou a palavra como poucos artistas. Seus temas variavam do sentido da vida ao amor carnal. Sobre essa diversidade de pensamento, Jobim dizia que o parceiro era plural até no nome: "Não era Vinício de Moral, mas Vinícius de Moraes", brincava.

Depoimentos como este fazem parte de mais um marco comemorativo dos 90 anos que Vinícius não chegou a fazer. Um CD duplo, da Som Livre, produzido por Gilda Mattoso, a derradeira das oito mulheres com quem viveu, traz clássicos como "Tarde em Itapoã" e "Samba da Bênção", e mesclam-se as palavras de amigos como Chico Buarque, Tom Jobim e Carlos Drummond de Andrade sobre o poeta. Há ainda canções de Vinícius interpretadas por outros, como "O Que Tinha de Ser", com Maria Bethânia, e "Água de Beber", com Maysa. Para manter o clima informal que sempre caracterizou Vinícius, as faixas em geral são precedidas de breves diálogos entre ele e seus parceiros.




"Ele era plural até no nome: Vinícius de Moraes"

Antônio Carlos Jobim





Teatro Villa-Lobos (RJ), 19/10/2003



Zeca, de onze anos, não estava muito empolgado com a peça. 'O Zeca está naquela fase pré-adolescente, por isso não está curtindo tanto. Mas o pequenininho está adorando', disse o pai-coruja, depois de ouvir os comentários nada animadores do filho.













Tomás (primeiro direita), amiguinho de Tom, faz careta e diverte Paula Lavigne, sua irmã Kiki e a filha Malu, Tom, Caetano e Zeca




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